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Preocupo-me muitas vezes com quem realmente sou. Sou membro da minha família, sou a função social que cumpro, sou o que faço ou sou o que digo? Restrinjo minha existência a ela mesma, transcendendo gradativamente ao todo que me componho. Num encalço de percalços. Na lenta tarefa de me transformar em tudo aquilo que deixarei de ser. Na lenta dor de sofrer o que não viverei. Na lenta angústia de escrever o que já foi dito. Na voz em coro de repetir o passado.
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