coldfire

Descrito como diário, diariamente descrito. Contraditório nos objetivos, objetivamente contraditório. Pegue uma cadeira e sente-se.

terça-feira, março 28, 2006

O que lhe poderia ser inteligência talvez não fosse

Parece-me que o ser humano só aprende com a dor: se acomoda nas facilidades até sofrer. Daí tende a três caminhos; ora se sujeita às mudanças convenientemente, ora cresce e entende o porquê de mudar, ou, ainda, se acomoda novamente, sem em nada se modificar.

quarta-feira, março 15, 2006

Mão de mãe

Eu sempre acostumei a ouvir que a necessidade é a mãe da invenção, dizem agora que a invenção é a mãe da necessidade. A idéia pode parecer paradoxal a princípio, quando se imagina que a invenção surge a partir de uma necessidade; o que não é obrigatoriamente falso e confirma o primeiro ditado. Os serviços postais, os telefones fixo e móvel surgem da necessidade de se estabelecer uma comunicação eficiente à distância. Suas melhorias ao longo da história são uma causalidade. Mesmo embora a necessidade tenha surgido antes da invenção, a necessidade do uso do telefone celular hoje, por exemplo, é fruto da sua invenção muito mais do que da proposta inicial de necessidade de comunicação.

O celular se tornou um dos produtos mais frutíferos do marketing: seu apelo é forte, sua produção e distribuição são virais. Muito mais que um aparelho para realizar ligações, faz não só cálculos matemáticos como acessa a internet e exibe programação de certas transmissoras de televisão, o telefone móvel é demarcador de status e alvo de cobiça. Agrega-se valores supérfluos e os vendem como sonhos ou como recursos indispensáveis.

Dentre a necessidade da invenção e a invenção da necessidade, apelo à Bill Watterson, cartunista criador de Calvin & Hobbes, que descreve as mães como a necessidade da invenção. Se não existissem as mães, teriam que ser inventadas em uma primeira instância para se garantir assim a inventabilidade de todo o resto.

segunda-feira, março 13, 2006

Riscado

Disseram-me que gosto de riscar meus escritos. Caçoada! Escritos riscados.. hunf!
É bem verdade que não sou desenvolto nem mesmo exímio na arte das letras. Aliás, a cultivo a duro penar. Mas, nem por isso, devem me tomar por repetidor de fórmulas ou um tendencioso. Ainda que assim o seja, pois deve ser levado em consideração o esforço despendido para elaboração de uma obra que finja ser aquilo a que ela pretende ser. Sinto até mesmo o murmúrio de alguns a me soprar aos ouvidos que fiz analogias ao Pessoa, ou mesmo o plagiei. Ora pois! E por quê não?

Deixem minhas correções meus riscados em paz!

Violetas rubras

Defronte às alcovas em que se serviam as putas, absteve-se.
Todo o lugar cheirava a sexo e vícios; repugnante a animalesca do espírito daqueles..
Viu florescecer, embora impensável em tal situação, várias fêmeas de sua raça
Humana
Ruminavam
Mugiam
Eram todas umas vacas aquelas vadias, se queres saber.

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Sóbrio Sombrio!
Poesias tem que ter nomes de flores e falar de amores. Será? E por que não?

domingo, março 12, 2006

Fire First post as usual

Olá nobilíssimos leitores - se algum,

este post - entrada, em uma possível tradução - deverá cumprir seu papel de toda primeira entrada - post, em possível tradução retrógrada - em um blog - registro, em uma possível tradução - pessoal: apresentação do autor, invocar a leitura, buscar assiduidade do leitor na visita ao mesmo. Poderiam chamá-lo então de post - vou parar com esses apostos explicativos - "fático", utilizado somente para abrir o canal de comunicação, estabelecer diálogo sem que seja necessário estabelecimento de troca de informações e conteúdo. Não! Este não é um post - eu disse nada de apostos - fático. Não predominantemente. Bom, a intenção é que ele não seja.
A vontade escrever sempre foi muita, a imaginação contribuiu, a adolescência não. Cheguei a escrever bastante na infância, mas quando o período da pulberdade chegou a procrastinação assentou. E não assentou só pra rimar não, assentou pra valer, pra deixar o cabra mais prostrado que Jeca Tatu. Piorando a situação, a leitura se tornou um ofício indesejado, ainda que prazeroso. Ler é bom, mas não me atrevia.
Encurtando a história, o tempo passou, voltei a ler e escrever: eis este blog - isso não é um aposto. Usa uma formatação padrão do serviço de blogging, pois ainda não tenho tempo nem disposição para criar um próprio. Pretende ser um blog literário e não ao melhor estilo "meu querido diário". Vai ser então o diário de um vestibulando no seu ano de abate. Conto com a leitura por parte de vós e, claro, com sua interatividade - comentários, em um último aposto, juro.
Abstenho-me então de maiores detalhes e delongações por dois motivos: Um - sou um cara objetivo, Dois - me lembraram que tenho um trabalho para amanhã cedo.