coldfire

Descrito como diário, diariamente descrito. Contraditório nos objetivos, objetivamente contraditório. Pegue uma cadeira e sente-se.

domingo, outubro 29, 2006

Cuidado com a saúde

- eu a adotaria, se pudesse.
- mas ela não está disponível para adoção.
- ela tem pais?
- pretty much.
- tem nada nao
daria um bom padrinho
- o que te fez pensar o contrário?
mas que paixão surgida é essa?
- nada me faz pensar o contrario
au contrarie
nada
soh entrei no blog dela
vi a idade
e disse isso
nao tem nada mais refletido nisso ai
- hum
- nao posso ser espontaneo?
- por favor, SEJA.
me agrada tanto ler o que você diz.
escreve
- fui na coNzinha completar meu copo com suco de acerola
me veio uma ideia a menta
à mente*
- eu prefiro menta.
mas enfim...
- hahaha
me deu vontade de continuar a escrever a narrativa interminada
- seria bom.
- pensei esses dias
que ele poderia ser o inicio de um romance, que tal?
claro que é só um sonho. eu nunca conseguiria escrever algo com mais de 2 páginas
- eu acho ousado.
- vou completar o copo de novo. quero encher a cara com suco de acerola
e quem sabe nao me surge outra ideia?
- poxa
cuidado, vai ficar saudável.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Sôdade

Saudade mútua é mesmo uma expressão engraçada! Indica reciprocidade num sentimento tão solitário. Tão próprio, talvez. Assim como se fosse possível esse tipo de correspondência.
Prefiro mesmo a saudade eterna. Caracteriza bem essa coisa que não vem à toa, assim como presente alheio. Morna e viscosa, faz morada. Vem e vai meio que nem gripe, meio como se, na verdade, nunca fosse embora. Adormece lilás no peito e desperta cálida quando é frio. Sobe rasgando, tem vezes. Diz que acompanha o ermo na tarefa de ficar só. Porque ficar só não é motivo pra dar dó. Nem é ser ou estar só, tampouco. Libertária, diz sempre meio lúdica nas lições.

domingo, outubro 22, 2006

To be continued...

Se era palhaço realmente ou apenas se passava por um, não importa; importa é que todos estavam ali. Pensem vocês, talvez, num todo alegórico, exagerado. Eu digo todos, literalmente: Dona Tuca, Tia Zizi, Maria Preta e toda aquela infinidade de primos, ajuntados e noras e sogros e conhecidos. Ninguém sabia exatamente o que faziam ali. Se é que faziam, de fato, algo.
E o calor era de matar. Suava a maioria em bicas, que, se represado todo aquele líquido, faria inundar a cidade sem planejamento pra escoamento d'água. Mas era quase nada pavimentado aquele lugar e o suor tinha pr'onde correr então. Passou das cinco e ninguém reparou direito. Por causa do sol, pode ser. Seu Carlos já tinha começado seu discurso inflamado contra o atraso, inflado de palavrões. Aquelas palavras não eram suaves, reconheço. Não eram, de alguma forma, ofensivas também. Pelo menos, não vindas daquela boca meio-dia, carente de dentes e suja da gordura do almoço de horas atrás.