Menino do mato
Zum era ele passar correndo. Jogava as coisas num canto e catabrum caíam seus materiais. Dava logo um beijo smack na moça que terminava o almoço e cabrum, já saía batendo a porta da frente de novo. Zunzunzum, cochichou algo com um colega enquanto tuque, tuque, tuque: batia algumas embaixadinhas. Muitos acontecimentos naquele final de primavera. Sem nem mesmo perceber, o amigo estava só: vrum, tinha montado o outro na bicicleta e ido pedalar sem rumo. Bam! Sem freio, acertara em cheio uma árvore. Frisk, frisk, frisk, esfregou as mãos limpando a sujeira e se preparando já pro tibum. Mergulhou no lago logo ali perto.
As férias começavam naquele dia, já não agüentava mais esperá-las. De repente, Aninha chega e vê o menino sair do lago só de calção. Molhado, meio transparente e colado ao corpo. O menino titubeou. A menina não duvidou um instante, tratou logo de piscar olho pra ele. O menino sem saber como representar o som do corar de bochechas, correu e sumiu no mato.
Bobo ele, nunca foi descobrir que Aninha era surda e não podia ouvir suas onomatopéias.